Ir para o conteúdo

Breve Histórico do Transporte Coletivo Intermunicipal em Pederneiras

Na atualidade, as pessoas utilizam vários meios de transporte para poder se locomover facilmente entre localidades, cidades ou países. Mas nem sempre foi assim. No último século, a humanidade acompanhou uma grande evolução neste segmento. Neste mês de outubro escolhi relembrar como era o transporte coletivo intermunicipal de Pederneiras e suas particularidades.

Viação Mourão

O pioneiro do transporte coletivo em Pederneiras foi Sebastião Mourão, revendedor dos automóveis Dodge. Iniciou suas atividades em 1928, com sua empresa de “Auto-Bonde”, as linhas entre Quilombo (próximo a Iacanga) – Pederneiras, Santa Isabel – Quilombo, Barra Bonita – Pederneiras e Pederneiras – Bauru. Seu filho Itagiba Mourão assumiu a empresa e a transferiu para Bica de Pedra (atual Itapuí), ligando essa cidade a Pederneiras e Bauru. Em 1937 mudou-se para Vanglória, de onde fazia o trajeto Vanglória – Pederneiras. Anos depois, abiu as linhas Pederneiras – Usina São José e Lençóis Paulista – Pederneiras. De 1963 a 2005, a Viação Mourão ficou estabelecida na cidade de Lençóis Paulista. Em 2005 foi vendida e encerrou suas atividades em abril de 2016.

1ª Jardineira Sebastião Mourão - 1928

Ônibus Viação Mourão - 2006

Empresa Auto-Ônibus de José Artioli

Em 1948, José Artioli adquiriu um “jardineira” e iniciou a linha Macatuba – Pederneiras, sob a direção de Izidoro Artioli, Ítalo Artioli (“Titão”) e Euclides Pereira de Freitas. Por volta de 1955, a empresa foi vendida para a Viação Pássaro Verde e em 1965, foi comprada pela Viação Mourão.

Empresa Pedro Hernandes & Rette

Entre 1948 e 1960, esta empresa manteve a linha Iacanga – Pederneiras, passando por Soturna (atual Arealva) e Santelmo.

Empresa Agenor Santos

A empresa Agenor Santos fazia os trajetos Pederneiras – Iacanga – Itapuí.

Jardineira - 1948

 

Ao longo das últimas décadas, muitas pessoas passaram a adquirir carros e motos, o que facilitou o transporte entre as cidades e o declínio no número de passageiros.

Não podemos deixar de lembrar que antes do surgimento das empresas de viação, as pessoas utilizavam o trem como principal meio de transporte entre as cidades. Em Pederneiras, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro era a responsável por transportar pessoas, cargas e correspondências de uma cidade a outra.

Terminal Rodoviário de Pederneiras

Ao realizar pesquisa na Legislação Municipal, encontrei a lei 1.370, de 1981, na qual o ex-prefeito Waldomiro Fernandes Mateus solicita estudo básicos para o projeto de construção do Terminal Rodoviário. Constatei também na lei 1.403, de 1982, que o mesmo ex-prefeito chegou a pensar em adquirir imóveis localizados nas ruas 9 de Julho, Professor Antonio Volponi e Damazio Rodrigues de Morais para a construção do futuro Terminal Rodoviário. Mas a ideia não prosperou.

Terminal Rodoviário de Pederneiras

Placa Inauguração

 

A atual Rodoviária de Pederneiras foi inaugurada em 24 de setembro de 1989. Sua construção foi iniciada na gestão do ex-prefeito Giácomo Metódio Bertolini e finalizada na gestão do ex-prefeito Fernando Antonio Minguili. A área onde está localizado o Terminal Rodoviário pertencia ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), um órgão de autarquia estadual. A lei municipal 1.512, de 13 de Novembro de 1984, discorre sobre o  convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Pederneiras e o DAEE para a utilização do terreno. Nele estava localizada uma antiga estação de energia elétrica. Outros terrenos particulares também foram desapropriados para a construção do terminal. O decreto 1.123, de 25 de Novembro de 1986 explica a desapropriação e cita o nome dos proprietários dos terrenos. São eles: José dos Santos, José Carlos do Prado, Euclides Spadin e Antonio Spadin, Jayme Cestari e Nércio Francisco.

Se o prédio que hoje conhecemos é de 1989, onde as pessoas compravam passagens e esperavam os ônibus para embarque?

Por muitos anos, a rodoviária de Pederneiras funcionou na praça “Dr. Joaquim de Campos Salles”, mais conhecida por Praça da Matriz, onde hoje está localizada a loja “Konecta”.

Ônibus aguardando passageiros na Praça da Matriz

 

Antigo ponto de venda de passagens

 

Atualmente, Pederneiras é atendida pelas empresas Gontijo, Prata e Reunidas.

Memória Pederneiras

Recordar é valorizar a história de nossa cidade. O quadro Memória Pederneiras aborda todo mês uma personalidade, prédio, evento, entre outros, que aconteceu em nossa cidade para resgatar e estimular a cultura histórica de Pederneiras.

Fontes:

Legislação Municipal

- Decreto nº1123, de 25 de novembro de 1986

- Lei nº1370/1981

- Lei nº1403/1982

- Lei nº1512, de 13 de novembro de 1984

- Lei nº1545, de25 de setembro de 1985

Antonio Donisete Stancari

Rinaldo Toufik Razuk 

Site Baú de Memórias