Ir para o conteúdo

Prefeitura de Pederneiras e os cookies: nosso site usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação. Ao continuar você concorda com a nossa Política de Cookies e Privacidade.
ACEITAR
PERSONALIZAR
Política de Cookies e Privacidade
Personalize as suas preferências de cookies.

Clique aqui e consulte nossas políticas.
Cookies necessários
Cookies de estatísticas
SALVAR
Prefeitura de Pederneiras
Acompanhe-nos:
Rede Social Facebook
Rede Social Instagram
Rede Social Youtube
Notícias
Enviar para um amigo!
Indique essa página para um amigo com seus dados
Obs: campos com asterisco () são obrigatórios.
Enviando indicação. Por favor, aguarde...
SET
27
27 SET 2022
MEMÓRIA PEDERNEIRAS: ENGENHO BESSI
enviar para um amigo
receba notícias

MEMÓRIA PEDERNEIRAS: ENGENHO BESSI

 

Assim como a área urbana de um município é rica em memória coletiva, o mesmo pode ser observado na área rural. O êxodo rural, que aconteceu praticamente em toda a segunda metade do século XX, modificou a paisagem e a vida no campo.
 

 
Entrada Engenho Bessi



Entrada Engenho Bessi


Moradias na propriedade do Engenho Bessi

 

Algumas propriedades sofrem com o abandono, mas esse não é o caso do Engenho Bessi. A história da família Bessi tem início tal como grande maioria dos imigrantes italianos que, fugindo da fome e da miséria que arrasava seu país, vieram para o Brasil. Desembarcaram no porto de Santos, viajaram de trem até a cidade de São Paulo e se registraram na Hospedaria dos Imigrantes. Eugênio Bessi chegou ao Brasil com apenas três anos de idade. A princípio, seus pais se estabeleceram na região de Piracicaba. Passados alguns anos, Eugênio casou-se com Maria Casarin Bessi e tiveram oito filhos. Eugênio faleceu na cidade de Piracicaba.



Da esquerda para direita: Antonio Besse, José Bessi Sobrinho, Padre Jacó (do bairro Santa Olímpia, Piracicaba), Paulo Besse e Virgílio Bessi

Na ocasião, moradores do bairro Santa Olímpia, de Piracicaba, vieram visitar a família Bessi

 

Na década de 1960, quatro filhos de Eugênio vieram residir no município de Pederneiras sendo eles José Bessi Sobrinho, Virgílio Bessi, Paulo Besse e Antônio Besse. Trouxeram consigo sua mãe, Maria Casarim Bessi. O objetivo dos quatro irmãos era adquirirem terras para o cultivo da cana-de-açúcar. Como a região de Piracicaba já estava bem definida e não tinha mais terras disponíveis para venda, optaram em mudar para o município de Pederneiras. Aqui compraram o Sítio “Jardim São José” que pertencia a Valter Correia Braga, morador de Barra Bonita. Esse mesmo sítio teve outros donos dentre os quais podemos citar o ex-prefeito Michel Neme e a família Maturana, que na época utilizaram suas terras para produzir café. O principal objetivo de Eugênio foi produzir cana-de-açúcar para a Usina São José, em Macatuba.

Em 1990 foi realizada uma reunião, por decisão da diretoria da Usina São José, na cidade de Macatuba. Para esse encontro foram convidados os proprietários das terras que forneciam cana-de-açúcar para a usina. A diretoria lançou a proposta de formar grupos ou arrendar terras. Seria um método de condomínios de fornecedores. Na verdade, o objetivo da diretoria era ter que agenciar com os representantes desses grupos e diminuir a ocorrência de problemas na negociação com muitos proprietários.

Presumindo que esse método administrativo não seria benéfico ao sítio, Irineu José Bessi, filho de José Bessi Sobrinho, não aceitou a proposta da diretoria. Em 1991, com o intuito de agregar outro destino à produção de cana-de-açúcar, Irineu e seu irmão Dirceu, adquiriram o maquinário do engenho de Leonildo Zago, que na época era morador de Arealva. Assim nasceu o Engenho Bessi. A produção passou a ter mais uma finalidade sendo que uma pequena parte seria destinada a produção de cachaça e a maior parte continuaria a ser arrendada para a Usina São José. A partir de 1996, Irineu passou a administrar sozinho o Engenho.

O Engenho Bessi é uma propriedade totalmente adequada à exploração do turismo rural. A boa localização do sítio “Jardim São José” promove sua exploração turística, pois seu acesso é possível através da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, uma das mais importantes estradas do Estado de São Paulo. Durante nossa entrevista, Irineu revelou sua admiração pela vida rural. A reforma do engenho, já iniciada, tem previsão de conclusão ainda para este mês de setembro de 2022. Mesmo assim, Irineu me explicou todo o processo de transformação da cana-de-açúcar em cachaça. A matéria prima é cortada crua com facão, pois nesse momento ela passa por uma rigorosa seleção. A moagem é totalmente manual. Depois o líquido é preparado e segue para a fermentação. Esse processo leva de 18 a 24 horas. Depois, o líquido segue para o processo de decantação, e somente depois para a destilação. Nesse processo é utilizado um destilador de cobre com separação na destilação, que fica assim dividida: 10% é a “cabeça” (líquido contaminado e inadequado para o consumo humano), 80% é o “corpo” (líquido nobre e comercializado) e 10% é a “calda” ou óleo fúsel (produto da cera da casca da cana-de-açúcar). Todo o processo de destilação tem o tempo de duração de 4 horas. Terminada essa etapa, o produto segue para armazenamento e depois do tempo apropriado de envelhecimento, ocorre o engarrafamento. Assim o produto já está pronto para ser comercializado. Irineu também esclareceu a diferença entre a cachaça e a pinga: “a cachaça é diferente da pinga porque tem a separação dos contaminantes”.



Produção - Maquinário do Engenho


Produção - Maquinário do Engenho

 

Quando o visitante chega ao sítio, ele percebe que o local é bem organizado e atraente. Os clientes são atendidos no antigo barracão que foi construído em 1969 e serviu de garagem para caminhões. Muitos objetos antigos decoram o local e os tonéis de cachaça fazem parte do ambiente. Irineu afirma que foi adaptando sua produção de cachaça ao longo dos anos.

 


Entrada para o comércio de cachaça do Engenho Bessi




Parte interna do comércio


Parte interna do comércio


 


Parte interna do comércio




Parte interna do comércio



Parte interna do comércio



Parte interna do comércio

 


Parte interna do comércio



Tonéis que ficam em exposição



Tonéis que ficam em exposição

 


Área externa do comércio



Jardim externo com criação de carpas




Jardim externo com roda d'água e monjolo



Jardim externo com roda d'água e monjolo

 

No início, seu principal público era masculino. Depois se dedicou ao público jovem, que é muito exigente, produzindo assim a famosa Jurupinga, e outros sabores tais como Juízo, Segredo, Coragem... Para que o público feminino acompanhasse seus maridos, Irineu também criou uma linha com diversos sabores de licores. Ele calcula que demorou cerca de 15 anos para começar a obter retorno financeiro no comércio dos produtos do engenho. Sua maior preocupação é sempre estar modernizando a produção para manter a realização da melhor cachaça. Disse que o próximo passo comercial será a venda do produto via internet. Podemos ressaltar que mesmo antes dessa decisão, muito lugares de nosso país já conhecem a cachaça produzida pelo Engenho Bessi, divulgando assim o nome do município de Pederneiras por todo o Brasil.

Uma bonita curiosidade existe no sítio. Em 2001, ano em que José Bessi Sobrinho e Mathilde Bossi Bessi completaram 60 anos de matrimônio, seus filhos construíram uma capela em devoção a Sagrada Família. Um padre orientou como deveria ser a construção e em sua finalização, foi enterrada uma caixa contendo uma bíblia e a dedicatória de todos os filhos do casal. Todo mês é celebrada missa no local. Irineu afirmou que nesse ano de 2022, está completando 60 anos que a família Bessi fixou morada em nosso município. 

 


Capela Sagrada Família



Capela Sagrada Família

 

Observação: escolas e instituições de ensino superior ou técnico interessadas em realizar visitas monitoradas ao local devem agendar pelo telefone (14) 98147-2853

 

Fonte: Irineu José Bessi

 

Apoio: Letícia Theodoro de Souza

William Roberto Godoi

 

 

Memória Pederneiras

Recordar é valorizar a história de nossa cidade. Com pesquisa elaborada pela historiadora Anna Carolina Fonseca, todo mês o quadro MEMÓRIA PEDERNEIRAS aborda uma personalidade, prédio, evento, espaço turístico, entre outros, que aconteceu em nossa cidade para resgatar e estimular a cultura histórica e turística de Pederneiras.

Seta
Versão do Sistema: 3.4.0 - 05/02/2024
Copyright Instar - 2006-2024. Todos os direitos reservados - Instar Tecnologia Instar Tecnologia