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JUN
21
21 JUN 2022
MEMÓRIA PEDERNEIRAS: ENGENHEIRO FLUVIAL OTTO KUESTER
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MEMÓRIA PEDERNEIRAS: ENGENHEIRO FLUVIAL OTTO KUESTER

 

Atualmente, ouvimos várias notícias sobre a hidrovia Tietê-Paraná e do Porto Intermodal de Pederneiras. Muitas pessoas visitam o Centro Cultural “Izavam Ribeiro Macario” e perguntam sobre os vagões que ficam estacionados na antiga estação ferroviária. Aproveito a ocasião para explicar de forma simples o funcionamento do Porto Intermodal.

Pederneiras possui esse tipo de porto devida existência das quatro modalidades de transporte interligadas em seu município: rodovia, aerovia, ferrovia e hidrovia. Como o rio Tietê deságua no rio Paraná, as barcaças descem vazias por ele e chegando ao rio Paraná, sobem até o rio Paranaíba, alcançando assim o porto no município de São Simão, em Goiás. Nesse local são carregadas cargas de soja, milho ou farelo. Então, as barcaças descem pelo rio Paraná, até chegar no rio Tietê, onde sobem carregadas até o Porto Intermodal de Pederneiras. Aqui a carga é colocada em vagões ferroviários e os trens os levam até o Porto de Santos para exportação.

Mas o que pouca gente sabe é que o Imperador do Brasil, D. Pedro II, já tinha planos econômicos para a exploração hidroviária dos rios Tietê e Piracicaba. Segundo li em exemplares do jornal “Correio Paulistano”, durante os meses de outubro e novembro de 1886, D. Pedro e a Imperatriz Teresa Cristina viajaram pela nossa região para poder conhecer a produção industrial, partindo de Piracicaba até a cidade de Dois Córregos. D. Pedro II optou por realizar a viagem num barco a vapor da época, deixando de fazê-la de trem. Na cidade de Dois Córregos, desembarcou no Porto Fluvial da Companhia Sorocabana e na cidade de Barra Bonita, embarcou num vapor da Companhia Fluvial Paulista. Essa companhia foi criada no ano de 1881 porque em fevereiro de 1876 havia assinado contrato para abrir navegação nos rios Piracicaba e Tietê. Provavelmente, D. Pedro II quis conhecer todo o trabalho realizado na hidrovia.

Exemplar do jornal Correio Paulistano: DOWNLOAD




Sistema de transporte hidroviário interligado ao ferroviário em 1920



Sistema de transporte hidroviário interligado ao ferroviário em 1920

 

Alguns anos atrás, Ricardo Megna Francisco (Ricardo Turko), em visita ao Centro Cultural “Izavam Ribeiro Macario”, me falou algumas curiosidades sobre seu trisavô, Engenheiro Otto Kuester, que é a denominação de uma rua de nossa cidade. Desde então, não esqueci dessa história e com as dicas de Ricardo, consegui realizar essa pesquisa.

 

QUEM FOI O OTTO KUESTER?

Carlos Frederico Otto Küster, ou simplesmente Otto Kuester, como ele assinava no Brasil, nasceu em Hamburgo, Alemanha, em 1º de outubro de 1851. Foram seu pais Cristiano Küster e Margarida Volmar Küster.

Estudou engenharia na sua cidade natal e em 1873, ainda com vinte e um anos de idade, foi contratado pelo governo alemão como engenheiro naval. No exercício dessa função fez diversas viagens intercontinentais, tendo sido promovido duas vezes. Permaneceu nesse cargo até julho de 1875.

Em seguida veio ao Brasil e, em fevereiro de 1876, então com 24 anos de idade, foi contratado pela Companhia de Navegação Fluvial Paulista para abrir naquele ano a navegação nos rios Piracicaba e Tietê.

Casou-se, em outubro de 1880, com Henriqueta Schalch, filha de João e Henriqueta Schalch, proprietários do Hotel Europa, em Piracicaba.

Não há dados exatos sobre a data em que se desligou da companhia de navegação. Foi provavelmente entre 1883 e 1884, pois neste último ano viajou para a Europa em visita à família.

De volta da Europa, mudou-se para Jaú, onde construiu a primeira rede de água potável da cidade. Mais tarde teve um sítio em Banharão e finalmente estabeleceu-se com máquina de beneficiar café, primeiramente em Dois Córregos e depois em Pederneiras.

Com o advento da República no Brasil, pela lei conhecida como “a grande naturalização”, tornou-se cidadão brasileiro, pois na ocasião já estava a mais de dez anos no Brasil. Faleceu em 1930, deixando cinco filhos e três filhas.

Em 1976, a Câmara Municipal de Pederneiras prestou-lhe homenagem póstuma dando o seu nome a uma das ruas de nossa cidade.

Em junho de 1977, seus filhos, Alice Kuester e Paulo Kuester, realizaram doação de documentos pertencentes a Otto Kuester para o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Todos os mapas hidrográficos elaborados por Otto Kuester também fazem parte do acervo do Instituto.

Consegui ter acesso a essa documentação. Seguem algumas imagens:


Engenheiro Naval Otto Kuester



Carta em alemão de J. Luiz G. Bruhns a Otto Kuester, datada de 6 de fevereiro de 1876, chamando-o para vir tomar conta da navegação em Piracicaba, naquele período denominada Constituição





Tradução para o português da carta do item anterior




Carta de Estevam de Rezende a Otto Kuester, acusando o recebimento de estudos feitos por este, no rio Piracicaba e pedindo outros, datada de 17 de Janeiro de 1881.




 

Fontes:

Ricardo Megna Francisco

Edson Fernandes (historiador)

Jornal “Correio Paulistano”

Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

http://www.epapromocoes.com.br/jornalnossaterra/achado/pagina05.htm

http://efpaulista.blogspot.com/2015/06/a-navegacao-fluvial-da-cia-paulista.html?m=1

 

Apoio:

Geraldo Antonio Cardoso Junior

Alessandro Ricardo Cassaro


 

Memória Pederneiras

Recordar é valorizar a história de nossa cidade. Com pesquisa elaborada pela historiadora Anna Carolina Fonseca, o quadro Memória Pederneiras aborda todo mês uma personalidade, prédio, evento, entre outros, que aconteceu em nossa cidade para resgatar e estimular a cultura histórica de Pederneiras.

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